domingo, dezembro 03, 2017

SER CRISTÃO AUTÊNTICO


Quando regras da denominação ajudam a ridicularizar a fé em Cristo!

Certa manhã ao olhar pela sacada de casa, vi quando a irmã que trabalhava em nossa casa chegava. A cena era de uma mulher vestida com uma saia até os tornozelos pedalando sofrivelmente uma bicicleta pela rua, e assim ela se deslocou pelos mais de 5 Km desde sua casa até a nossa, sendo observada por inúmeras pessoas na rua durante seu caminho e todos, como conhecimento geral, pela vestimenta concluindo que tratava-se de uma mulher crente.

Apesar de pertencer à mesma denominação e ter crescido vendo cenas parecidas, isso despertou em mim um questionamento cheio de cinismo: As pessoas ao ver uma cena destas devem sentir uma vontade imensa de pertencer à igreja dessa mulher! Essa situação, apesar de toda sua ironia, despertou em mim o desejo e a necessidade de pensar o evangelho em outra ótica, com mais profundidade, e sair dessa camada de pensamento simplista do do que é ser um cristão.


Para as pessoas simples que durante uma vida toda foram ensinadas que cenas assim fazem parte do “testemunho” ou de ser “diferente do mundo” ou até mesmo dos “sacrifícios para servir ao Senhor”, coisas como essas não lhes fazem diferença porque são pessoas que realmente se entregam ao que aprendem sem questionamentos, mas nesse momento minha mente foi mais longe: Que reações as pessoas na rua tiveram ao ver essa cena? Qual bem que faz isso à causa do evangelho e a causa de Cristo? É isso realmente que ele quer de nós como suas testemunhas? Obviamente, sabemos as respostas a essas questões e essa confusão do que é servir a Cristo, criada e cultivada na mente das pessoas simples como isso ser o testemunho. Coisas assim na sociedade atual  resultam certamente em efeito contrário nas mentes das pessoas que vivem a pós-modernidade ou mesmo antes disso, porque muitas vezes saem tanto da lógica e da sensatez em qualquer época que fazem a fé em Cristo parecer coisa de gente ignorante ou até mesmo taxada de idiota e o resultado ao invés de testemunho é a ridicularização da sua prática.

O testemunho do cristão deve produzir nas pessoas, reflexão e admiração pela sua conduta exemplar de vida e principalmente por irradiar de seus atos e os frutos do Espírito, pelo seu caráter e exemplo de vida, mas principalmente, despertar nos corações o desejo de tornar-se uma pessoa assim. A cultura do testemunho pela visão apenas do exterior empobrece muito o seu objetivo e não produz fruto algum, pelo contrário, afasta das pessoas qualquer ideia de querer por si só tornar-se uma pessoa assim, coisa que o testemunho deveria produzir.

O resultado disso é o desvirtuamento da prática da fé para muitos que ao invés de experimentar o alívio que o evangelho produz, recebem o fardo de um sistema religioso que sob a luz de um conceito pouco fundamentado, coloca sob seus ombros um peso desnecessário e pior ainda: Vivendo assim prestam um desserviço à causa do evangelho, e ainda ajuda a formar na sociedade um conceito errado do que é ser cristão, que não contribui em nada para o crescimento do Reino de Deus.

O mundo moderno carece do verdadeiro testemunho do cristão para impactar as pessoas que vivem na aridez da atualidade e assim produzir frutos para o Reino de Deus. É hora de sermos mais profundos e dedicados a causa do mestre de forma que nosso testemunho seja de um caráter ilibado, de práticas de vida diferentes, com amor, renúncia, coerência bíblica e racionalidade cristã e que produzam desejo nas pessoas de servir a Cristo, gerando impactos que resultem em mudança de vida nessa sociedade cada vez mais racional e intelectualizada. Isso é dar testemunho de Cristo para a geração atual, isso é ser igreja na pós-modernidade, e não a disseminação e práticas de feudalismo religioso e retrógrados em nome do que é servir a Cristo!

Pr. Eroni Fernandes


Fonte: https://novosreformadores.com.br/2017/12/02/quando-regras-da-denominacao-ajudam-a-ridicularizar-a-fe-em-cristo/

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