Quando
regras da denominação ajudam a ridicularizar a fé em Cristo!
Certa manhã ao olhar pela sacada de casa, vi quando a irmã que
trabalhava em nossa casa chegava. A cena era de uma mulher vestida com uma saia
até os tornozelos pedalando sofrivelmente uma bicicleta pela rua, e assim ela
se deslocou pelos mais de 5 Km desde sua casa até a nossa, sendo observada por
inúmeras pessoas na rua durante seu caminho e todos, como conhecimento geral,
pela vestimenta concluindo que tratava-se de uma mulher crente.
Apesar de pertencer à mesma denominação e ter crescido vendo cenas parecidas,
isso despertou em mim um questionamento cheio de cinismo: As pessoas ao
ver uma cena destas devem sentir uma vontade imensa de pertencer à igreja dessa
mulher! Essa situação, apesar de toda sua ironia, despertou em mim o
desejo e a necessidade de pensar o evangelho em outra ótica, com mais
profundidade, e sair dessa camada de pensamento simplista do do que é ser um
cristão.
Para as pessoas simples que durante uma vida toda foram ensinadas que
cenas assim fazem parte do “testemunho” ou de ser “diferente do mundo” ou
até mesmo dos “sacrifícios para servir ao Senhor”, coisas como essas não
lhes fazem diferença porque são pessoas que realmente se entregam ao que
aprendem sem questionamentos, mas nesse momento minha mente foi mais
longe: Que reações as pessoas na rua tiveram ao ver essa cena? Qual
bem que faz isso à causa do evangelho e a causa de Cristo? É isso realmente que
ele quer de nós como suas testemunhas? Obviamente, sabemos as respostas a essas
questões e essa confusão do que é servir a Cristo, criada e cultivada na mente
das pessoas simples como isso ser o testemunho. Coisas assim na sociedade
atual resultam certamente em efeito contrário nas mentes das pessoas que
vivem a pós-modernidade ou mesmo antes disso, porque muitas vezes saem tanto da
lógica e da sensatez em qualquer época que fazem a fé em Cristo parecer coisa
de gente ignorante ou até mesmo taxada de idiota e o resultado ao invés de
testemunho é a ridicularização da sua prática.
O testemunho do cristão deve produzir nas pessoas, reflexão e admiração
pela sua conduta exemplar de vida e principalmente por irradiar de seus atos e
os frutos do Espírito, pelo seu caráter e exemplo de vida, mas principalmente,
despertar nos corações o desejo de tornar-se uma pessoa assim. A
cultura do testemunho pela visão apenas do exterior empobrece muito o seu
objetivo e não produz fruto algum, pelo contrário, afasta das pessoas
qualquer ideia de querer por si só tornar-se uma pessoa assim, coisa que o
testemunho deveria produzir.
O resultado disso é o desvirtuamento da prática da fé para muitos que ao
invés de experimentar o alívio que o evangelho produz, recebem o fardo de um
sistema religioso que sob a luz de um conceito pouco fundamentado, coloca sob
seus ombros um peso desnecessário e pior ainda: Vivendo assim prestam um
desserviço à causa do evangelho, e ainda ajuda a formar na sociedade um
conceito errado do que é ser cristão, que não contribui em nada para o
crescimento do Reino de Deus.
O mundo moderno carece do verdadeiro
testemunho do cristão para
impactar as pessoas que vivem na aridez da atualidade e assim produzir frutos
para o Reino de Deus. É hora de sermos mais profundos e dedicados a causa do
mestre de forma que nosso testemunho seja de um caráter ilibado, de
práticas de vida diferentes, com amor, renúncia, coerência bíblica e
racionalidade cristã e que produzam desejo nas pessoas de servir a Cristo,
gerando impactos que resultem em mudança de vida nessa sociedade cada
vez mais racional e intelectualizada. Isso é dar testemunho de Cristo para a
geração atual, isso é ser igreja na pós-modernidade, e não a disseminação e
práticas de feudalismo religioso e retrógrados em nome do que é servir a
Cristo!
Pr. Eroni Fernandes
Fonte: https://novosreformadores.com.br/2017/12/02/quando-regras-da-denominacao-ajudam-a-ridicularizar-a-fe-em-cristo/
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